segunda-feira, 30 de novembro de 2015

Salvador Resoluto (55th’s Sessions)

“É assim que somos. Quando diz que estamos à beira da destruição, você está certo. Mas é só diante disso que as pessoas acham um jeito de evoluir. Só diante do precipício que evoluímos.” (The Day the Earth Stood – 2008)

“Que fase! Não desejo isso ao meu pior inimigo.” (Eu [e meio mundo], 2015)

Amigo na Dor


Em algum momento, ao passar por uma situação difícil, é até natural falar (ou ouvir alguém recitar) que não desejaria esse mal a qualquer pessoa. Pego num diálogo com um amigo, pensei bem sobre isso tudo. E na verdade, eu realmente não desejo tais dificuldades ao(s) meu(s) pior(es) inimigo(s) – se é que eu tenho algum. Espero, do fundo do peito, que um amigo passe por elas – se necessário for. 

“Como assim, seu sem noção?!” É isso, mesmo. Eu amo meus amigos, não se engane. E por isso mesmo eu quero que eles sejam os melhores. Há tempos começo a perceber que não conseguimos prosperar e atingir nossos objetivos enquanto estivermos na zona de conforto. 

Façamos de conta que nossa vida é como a série The Walking Dead (se não conhece, desculpa a referência). E às vezes enquanto você assiste, acha tudo muito incrível e emocionante e às vezes, como disse um amigo meu: “é tudo morno demais!”. 

Parando pra prestar a atenção, é possível perceber que todas as vezes que o grupo protagonista (Rick, Daryl, Glenn, Carol, Michonne...) está na estrada enfrentando, zumbis, pessoas, falta de água, comida, abrigo, enfim, as dificuldades da vida... As coisas andam. Os envolvidos evoluem. Eles vivem (mesmo que morram no episódio). 

Quando este mesmo grupo encontra um lugar civilizado e tenta voltar ao normal (quando passaram uma temporada no Presídio ou agora em Alexandria, por exemplo), as coisas ficam mornas, porque estão numa zona de conforto; É como se eles estivessem mortos, mesmo que respirem. As pessoas que eles encontram no caminho vivendo na zona de conforto (como os moradores de Alexandria), não estão preparadas para a vida, não atingem seus objetivos, sucumbem. 

A conclusão que podemos tirar, mesmo de uma série ficcional como The Walking Dead (acompanhem a série!), é: se não excedermos nossos limites e nos desafiarmos, sairmos do level normal para o hard, não acumularemos experience points o suficiente para ascendermos a um nível mais elevado. 

Então, hoje eu penso da seguinte forma: 


Se um amigo precisar sofrer tanto por amor para que aprenda a ter amor próprio, espero que ele sofra. 

Se precisar ficar faminto para aprender a valorizar a comida que põe na própria mesa, espero que ele fique. 


Se necessário for passar por um problema financeiro para aprender a controlar as próprias finanças e ter responsabilidades administrativas, espero que ele passe. 

Se ele tiver que caminhar 50 quilômetros por dia para conseguir concluir seus objetivos e alcançar seus sonhos, espero que ele caminhe. 


Se precisar sorver a dor, deglutir o orgulho, saborear o choro, experimentar o absurdo... Para evoluir, ser alguém mais forte, mais capaz, mais solidário, mais empático, mais humano. Sim, eu desejo ao meu amigo que se necessário for, passe pelas mesmas dificuldades. Não crescemos no morno. Evoluímos com as chamas ardendo em nossos corpos. No Pain, no gain! 


Não quero ser aquele que vai boicotar a necessidade da evolução de quem amo. Não entenda mal. Não quero que desejes que seu amigo se foda. Longe de mim. Estarei ao lado para estender o braço se meu amigo realmente não conseguir se levantar. 


Porém, eu quero que, no The Walking Dead da vida, meu amigo faça parte do grupo do Rick – assim como eu faço parte –. 




Sair da zona de conforto: evoluir
No The Walking Dead da vida que meus amigos sejam do grupo do Rick (do meio para esquerda)

E com certeza, a próxima vez que eu parar para fazer uma avaliação sobre as dificuldades que passei, direi com convicção: “Realmente, não desejo ao meu pior inimigo. Quero mais é que ele (se existir), fique pelo caminho.”.


by J, 55th Savior

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