"No Nordeste faz calor também, mas lá tem brisa."
(BANDEIRA, Manuel. Meus Poemas Preferidos, 2002)
"Abandonei-me ao vento. Abandonei-me ao vento.
Quem sou, pode explicar-te o vento que me invade.
Abandonei-me ao vento como um grão.
(...) Sem a opressão dos ganhos, utensílio, abandonei-me.
E assim fiquei conciso, eterno.
Mas o amor guardou meu nome."
(NEJAR, Carlos. Amar: a mais alta constelação, 1991)
Viajar e brisar...
Para fazer repirar a inspiração.
Se há uma coisa que eu amo é perceber-me ainda movido pelas minhas paixões. Escrever, com certeza, é uma delas. Viajar, também. Oxigenar a vida, é importante demais e em tantas escalas que me fez perceber que não à toa, eu sou regido pelo signo do ar. Mas, calma! Não é um texto sobre signos (não totalmente... é, sim, vai! Quem eu quero enganar?). Nada pra mim é melhor do que perceber a mim mesmo sob a égide de algo tão orgânico e vivo: o ar.
Aliás, não apenas o ar como conceito abstrato, mas em movimento. A gente aprende tanta coisa sobre isso na escola... Mas, fica lá. Afinal de contas, quem quer saber o que é monção, vento alísio, contante, periódico?
Imagino que esse conhecimanto fica guardado na mesma gaveta que a fórmula de Bháskara e a Revolução Francesa. Mas, deixa eu te contar: quando toca a vida, todo mundo quer saber que toda tempestade começa com uma brisa (a polissemia que habita nessa palavra... ou melhor, a ambiguidade, me fascina).