segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Era Um Garoto (XII) - Dor

"Eu prefiro ter vivido uma vez, do que nunca ter vivido" 
(CAGE, Nicolas. Cidade dos Anjos. 1997)




Na Dor, Resistir

Para todas as vezes que a dor vir e a resposta for 'não seguir em frente'



Sentir dor faz partir; seja ao meio, seja do meio. 
Mas, o correto é desistir?

Aliás, algumas sensações sempre serão interpretadas como tal. E esse texto, o primeiro de 2017, fala justamente o quanto se deve resistir e seguir em frente.

Uma das definições de dor é a experiência sensitiva e emocional desagradável associada ou relacionada a lesão real ou potencial. Não é algo simples. Sentir dor e se doer são definições bem distintas, mas ambas podem, facilmente estacar alguém num determinado lugar para não mais sair de lá.

Mas, alguns sofrimentos físicos e emocionais são inerentes do estar vivo. Viver dói. O sangue rasgando as veias para chegar aos órgãos provoca sensações. O primeiro invadir do ar aos pulmões é um sufoco. Os primeiros passos depois de horas na mesma posição, também.

As dores são reflexos de como nós estamos nos tratando e, por vezes, de como estamos sendo tratados. As físicas nos indicam até qual o profissional que devemos contatar para saná-la. Uma dor de cabeça, na garganta, nos braços... E estaremos visualizando a agenda, procurando como tratá-la.

As do campo emocional, também. Terapeutas e psicólogos nos auxiliam a encontrar as respostas que, freudianamente, aliviam a nossa libido que guarda tanto do dia a dia.

Algumas dores são mais enraizadas. Dor profunda é difícil de tratar. Dor de não realizar um sonho e de achar que Deus, fanfarroneando com você, te trola sempre que tem a oportunidade.

A dor de quase chegar no seu objetivo para, enfim, começar a ter um sonho novo... E, como num filme tragicômico, ver a maior das impossibilidades te afastar dessa conquista.
A dor do pensamento "vou desistir". A dor do choro de parecer não ser capaz. A dor dos socos que a vida dá. Cada vez mais incisivos, certeiros, potentes.


Dor
A decisão de resistir à dor e seguir em frente não é masoquismo

É quando o peso que Atlas suporta recai sobre seus ombros e sua testa beija seu joelho, quando o massacre físico, emocional, espiritual está à toda que conseguimos perceber como viver funciona.

Subir a montanha requer mais que a capacidade de fazê-lo. 
Requer habilidade. Esforço. Dedicação. Suor. Sangue. Lágrimas. Fé.
Requer a exigência de si mesmo em seguir em frente, enfrentando tudo; seja dor, seja medo.

E que venha mil vezes a vontade de partir.
À vontade, mil e uma serão as que trarão o sucesso.

Sentir dor faz parte; mas viver tem que ser sem receio.
Alcançar sonhos tem a ver com resistir.

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