sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Vinte e Poucos Anos (XXII)


Passando ESSES...

Dias em casa comecei a olhar o bairro... E notei algo tão óbvio e redundante quanto mandar pra um conterrâneo de estado o número do seu telefone com o DDD

Os muros das casas estão cada vez mais altos.

Como assim humanizar? Impossível. 



Não dá pra reclamar de “bonsdias” que os vizinhos não se dão e os “euteamos” que as pessoas se dão pela internet – e, acreditem, são sinceros.

As pessoas estão criando presídios familiares. 
Não há mais árvores na frente de casa. 
Nem jardins nos quintais da frente. 
Não há mais vizinhança. As pessoas não se veem.
E se não se olham mais nos olhos, não se respeitam mais.

O individualismo é tão exagerado que as pessoas se acotovelam pra atravessar a rua e/ou pra entrar num ônibus. 
Não se observam mais; não se reconhecem uma nas outras. 

“É a violência. Protegemos nossas casas.”

É. Quanto mais nos afastamos uns dos outros, a falta de respeito pelo ser humano só vai aumentando. 
E a brutalidade também.
Quando um "vizinho" tem a casa invadida e assaltada todos se escondem e com o belo (e garantido pela democracia) pensamento de que o "problema é dele". O famoso "tadinho, se f$#@%... Antes ele do que eu!".

Muros baixos e jardins na frente de casa fazem as pessoas se socializarem.
Entrar em contato umas com as outras. Lógico que isso não vai sanar todos os problemas sociais e nem amenizar a situação da segurança pública...

Mas se trancar como bestas de zoológico, num ambiente estressante, paranoico e claustrofóbico alimenta ainda mais o desapego que temos pelo próximo.


Jesus, como você deve saber, “Ame ao próximo como a ti mesmo” nunca vai rolar com muros cada vez mais altos.



Um comentário:

  1. Sabias palavras meu amigo escritor rsrs
    "Não devemos esperar alguem abaixar a guarda, para dar um abraço ou simplesmente sorrir."
    Se é assim, a tendencia é tornar mais viva a utopia do caos.
    A hug.

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