Na hora do Rush nem a montanha vai ao maomé
Horário de pico, chuva e rodovias sucateadas? Não, não... A pergunta é: Será que há realmente algum projeto de mobilidade urbana que possa nos salvar de nosso consumismo emergente?
Trabalhar com informação tem suas vantagens (conhecimento é achar que tem poder). Afinal, sair de casa atrasado (1 hora e meia) para o estágio e ter a convicção de que vou levar o mesmo tempo que estou atrasado pra chegar à empresa não seria a mesma coisa se eu não tivesse uma fonte de distração: a informação. Sei (por método empírico-intuicionista) o número de carros que circulam nas principais vias. Vamos admitir: número exato mesmo eu não sei; mas tenho certeza que mais dia menos dia haverá mais quilômetros de automóveis do que estradas disponíveis no Brasil. Na famosa rush hour (hora do rush [pra enfatizar que eu sei falar inglês!]) todos os acessos aos centros das cidades ficam travados. Porém, sendo mais específico, vou me ater à região metropolitana do Recife (e o próprio dito cujo Centro do Recife) pra reiterar que dificilmente qualquer projeto de mobilidade urbana solucionaria esse problema. Na verdade, acredito que em pouquíssimos anos, quando deixar de ser projeto é claro, seria obliterado - ou sendo menos exagerado: ficará obsoleto. É óbvio que com a Copa do Mundo de 2014 batendo à porta alguma coisa que visasse uma revolução na estrutura física do Estado e permitisse acessibilidade, facilitando o famoso direito de ir e vir é de muito bom tom. Mas havemos de convir: é um sonho utópico (olha aí: já me especializando nas redundâncias). Nem as obras do corredor Norte-Sul, Leste-Oeste, da BR-101 (um dos meu desesperos), Via Mangue, alargamentos, duplicações e inclusões; nem os quase 1 Bilhão de Reais a serem investidos... nada disso é páreo para a praga do consumo exacerbado da nova Classe C e seu total desapego ao público.