AdriÁTICO...
É. Esse pedaço de verde em Santo André que leva o nome de um
mar me inspira.
Engraçado que, a primeira vez que pisei nesse lugar - que eu
gosto de chamar intimamente de "bosque do universo paralelo"
(bobagem, eu sei) - nem o percebi direito. Era noite e naquele dia o mundo era só
um cenário desfocado.
Mas havia nevoeiro, aquele frio que aproxima e a garoazinha
inibida e acanhada.
Naquela ocasião os "predinhos" (que de pequenos
não tem nada) chamaram mais a atenção (e as histórias que os envolviam)...
Alguns que ainda permanecem abandonados
vez por outra ainda mexem com meu imaginário.
Hoje, mesmo ainda no ambiente as construções são quase imperceptíveis
pra mim.
Na primeira vez que me despedi da Rua onde hoje moro, perdi
a voz para um dos meus fascínios em São Paulo: a "fumacinha" que
escapa a cada respiração nos dias de frio.
Parecia uma criança (como por vezes pareço) ao ver o vapor
formando espirais e rodamoinhos em frente aos meus olhos - certeza que eles
brilharam naquele momento.
Uma estradinha ladrilhada sinuosa de duas cores vai
serpenteando em meio ao refúgio verde, dividindo o mar Adriático de asfalto em
dois fluxos.
Falando nessa referência: Adriático é o nome de um mar,
parte do Mediterrâneo que banha a Itália, Eslovênia, Montenegro, Albânia , Bósnia-Herzegovina
e Croácia... A coincidência é: Veneza, cidade italiana que eu com certeza vou
visitar, tem cais e portos importantes
neste Mar.
E é divagando em meio a essa atmosfera quase alienígena
dentro de um Estado que preza por quem não para pra observar (e absorver) a vida.
É encontrando o "Banquinho de Pedra das
Lembranças" com as suas fatias de caule de árvore - perfeito para acessar,
afagar e repousar memórias – corpo e alma.
O "Bosque Adriático"... É aquele pontinho de sabor
à refeição insípida.
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