quinta-feira, 2 de abril de 2015

Vinte e Poucos Anos (XLIII) - "Bosque Adriático"

AdriÁTICO...

Lugar bom para repousar memórias e acessar lembranças - e criar novas


É. Esse pedaço de verde em Santo André que leva o nome de um mar me inspira.
Engraçado que, a primeira vez que pisei nesse lugar - que eu gosto de chamar intimamente de "bosque do universo paralelo" (bobagem, eu sei) - nem o percebi direito. Era noite e naquele dia o mundo era só um cenário desfocado.


Mas havia nevoeiro, aquele frio que aproxima e a garoazinha inibida e acanhada.
Naquela ocasião os "predinhos" (que de pequenos não tem nada) chamaram mais a atenção (e as histórias que os envolviam)... Alguns  que ainda permanecem abandonados vez por outra ainda mexem com meu imaginário.

Te leva a desconfiar realmente se está no Grande ABC Paulista

Hoje, mesmo ainda no ambiente as construções são quase imperceptíveis pra mim.
Na primeira vez que me despedi da Rua onde hoje moro, perdi a voz para um dos meus fascínios em São Paulo: a "fumacinha" que escapa a cada respiração nos dias de frio.

Parecia uma criança (como por vezes pareço) ao ver o vapor formando espirais e rodamoinhos em frente aos meus olhos - certeza que eles brilharam naquele momento.
Uma estradinha ladrilhada sinuosa de duas cores vai serpenteando em meio ao refúgio verde, dividindo o mar Adriático de asfalto em dois fluxos.

Serpenteando no meio do verde os ladrilhos te levam a outro Universo

Falando nessa referência: Adriático é o nome de um mar, parte do Mediterrâneo que banha a Itália, Eslovênia, Montenegro, Albânia , Bósnia-Herzegovina e Croácia... A coincidência é: Veneza, cidade italiana que eu com certeza vou visitar,  tem cais e portos importantes neste Mar.

O frio condensado e a "fumacinha" saindo da respiração.

E é divagando em meio a essa atmosfera quase alienígena dentro de um Estado que preza por quem não para pra observar (e absorver) a vida.

É encontrando o "Banquinho de Pedra das Lembranças" com as suas fatias de caule de árvore - perfeito para acessar, afagar e repousar memórias – corpo e alma.

O "Bosque Adriático"... É aquele pontinho de sabor à refeição insípida.

É um surto de vida dentro do cinza andreense.



Detalhes mostram que ainda é o mesmo mundo, mas a
força que certos lugares exercem nos arrebata totalmente.


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