terça-feira, 14 de abril de 2015

Vinte e Poucos Anos (XLV) - Vôo da Libertação

Era UM GAROTO...

Que queria voar. 

Ele queria voar... E está conseguindo!
Thanks God!
E ironicamente passou a vida inteira morrendo de medo de aviões. Quando eu era criança, acreditava que o meu lençol tinha o poder de me deixar invisível ou invencível – tipo a capa do Harry Potter com um Overpower, sacam? – e sempre que eu ficava no cagote total apavorado, me cobria dos pés à cabeça e respirava o mais suave e devagar possível.

Aconteceu isso quando eu vi o bebê de duas cabeças aos 06 ou 07 anos (nossa, velho! chorei de medo), depois que assisti o Jurassic Park (sempre fui fã de Dinossauros, mas aqueles velociraptors eram foda, cara!)... Falando em filmes: Jason (Sexta-Feira 13), A Ilha do Dr. Monroe, A Noite dos Mortos-Vivos, Criaturas, Lobisomem, Aracnofobia, Predador, Alien, A Experiência, Contato... (Aliás... Todo filme de terror que tenha extraterrestre [morro de medo de E.T, mano!]). Falando em alienígena, aos 08 ou 09 anos, ver a reportagem na Rede Globo de um suposto extraterrestre numa mesa cirúrgica (E putz! na Globo, ainda!) me fez até pedir aos prantos a minha avó que me levasse à igreja pra aceitar Jesus!!
¯\_()_/¯

Enfim, sempre que eu sentia medo, me cobria inteiro e quase não respirava. Quando um avião sobrevoava a minha casa e aquelas turbinas ensurdeciam os outros sons, lá ia eu e “vestia” minha “capa da invencibilidade feat. invisibilidade”. Acreditava piamente que a qualquer momento ele cairia no teto e explodir a casa inteira! (quem me conhece acaba de descobrir de onde vem alguns TOCs meus [rs]).


Sempre tive medo de avião e o maior era me imaginar dentro dele enquanto estivesse caindo. Sou meio claustrofóbico e, além disso, a impotência diante da morte iminente (ou é eminente? o.o) me dá até náuseas.“Não poder” algo que se quer ou precisa muito é foda, vamo combinar! E vamo combinar mais ainda que “não poder” lutar pela própria vida deve ser terrível!

E totalmente contraditório a isso, eu sempre quis voar! Sei lá... De todos os superpoderes legais de super-heróis, este é um dos meus favoritos (Ah! Ficar invisível, teletransportar e explodir as coisas com bolas de fogo deve ser fodástico também [rs])!

E aí... Há exatos 03 anos, num sábado de Abril (em seu 14º dia), eu venci de uma vez vários medos meus e embarquei num sonho – para torna-lo real.

Comemorar o 3º aniversário do meu primeiro voo é fazer uma ode à minha libertação sobre muito do que não cabia mais em mim. Foi o rito de passagem definitivo que começou a minha transformação de moleque para homem.

Além de tudo o que senti (desde a vertigem ao ver um avião decolar do aeroporto enquanto eu me aproximava no táxi, à excitação em ver o mundo ficar pequenininho e [as nuvens se transformarem naquele lençol de invencibilidade feat. Invisibilidade que me fez sentir tão seguro novamente], até a aterrissagem nesse Estado que me acolhe como seu) é impressionante e incrível a partir de uma simples atitude revolucionar o corpo, o espírito, o coração.

Hoje é o aniversário de 03 anos desde que experimentei o sabor de Sampa pela primeira vez – e Deus foi bom em colocar no meu caminho o melhor possível.

Avenida Goiás
Calamares Hotel













O frio que fazia em São Caetano do Sul e a garoa que eu tanto almejava. A rua Tapajós... Tão ordinária, hoje imortalizada. O Hotel Calamares... (Que me enganou direitinho. Afinal de contas, suas toalhas não negam sua origem [rsrs]) O posto de gasolina onde um senhor me atendeu dizendo “fala, garoto!”... Tanto, tanto, tanto... E ali eu já me tornava um homem diferente; um homem.


Grato ao dia de hoje por me possibilitar voar. Grato ao mês por me ensinar a nunca me arrepender por viver.


Eternizada Rua Tapajós


Nenhum comentário:

Postar um comentário