InCOVENIENTE...
- "Pra quê fazer isso?" |
Se me conhece pessoalmente já me ouviu dizer isso aí sobre mim
mesmo! Às vezes não acredito nas coisas que falo ou faço e como quase tudo que
foge ao comum traz questões e reações inesperadas, vocês podem imaginar as
situações no mínimo inusitadas que eu devo colecionar. No geral as pessoas
próximas riem, porque... Bem, não sei. [rs]
Ser curioso e impulsivo (meio impetuoso) traz situações que
avançam a linha da conveniência. Conveniência... Essa palavra me fez pensar em
“Loja de Conveniência” e mais um “por quê?” surgiu.
Aí, uma frase que eu já ouvi muito em circunstâncias de stress
“... Muito conveniente você falar/fazer isso...” me veio também à mente.
Conveniência me traz então um sentimento de cabimento, decência, ordem e
conformidade... “Gente comportada age assim” – e sinto que faz referência à
moral.
Mas, em contrapartida me fala de que algo é oportuno dependendo do momento (e vamo combinar que agir com oportunismo em muitas ocasiões não é legal).
Mas, em contrapartida me fala de que algo é oportuno dependendo do momento (e vamo combinar que agir com oportunismo em muitas ocasiões não é legal).
Se ser conveniente pode ser considerado como “fazer aquilo que
as pessoas esperam que você faça naquela situação”... Ser inconveniente é o
inverso, não? Aí eu penso... É de todo o mal? Afinal de contas, a vida dá mais
chances para viver a quem se arrisca. Ou não é?
Uma boa mania que temos de taxar uma palavra com o seu pior
significado é um costume não muito legal. Se encontramos “discriminação” em um
texto (qualquer que seja) até voltamos pra ler a palavra novamente (como se
disséssemos: “Ué! Como assim discriminação?”) até entendermos que discriminar
também tem sentido de “diferenciar”, “distinguir”... Perdemos um bom tempo.
Enfim, voltando:
Ao pensar em alguém inconveniente já no automático as pessoas
pensam numa pessoa “pentelha”, mal-educada, que faz vergonha, grosseira...
Porque acredito que inverso daquela frase que vem é “fazer aquilo que as
pessoas esperam que você não faça naquela situação”. Não que eu nunca seja
pentelho ou mal-educado... Ou que nunca tenha feito algum amigo meu passar
alguma saia justa... Afinal “quem nunca?”, né? [rsrs]
Mas... Ser inconveniente
pode ser não estar preso a todas as convenções, pode ser “fazer aquilo que as
pessoas não esperam que você faça naquela situação”. Ser inconveniente... Ou
cara-de-pau (apesar de muitas vezes ainda ser um cara tímido) me permite
conversar e conhecer pessoas novas sempre que possível. Tenho a chance de ir a
lugares incríveis e ter experiências únicas. “O Sr se importaria em me conceder
uma entrevista?” e um médico conceituadíssimo do A.C Camargo te dizer em pleno
almoço: "Senta aí! Vamos conversar." Quantas oportunidades na vida nós
perdemos simplesmente por obedecer à uma conveniência boba? "Ah... Não
vamos incomodar!"
Eu sei que sou o maior cometedor (Isso existe? [rs]) de gafes que eu conheço. Já
falei verdades inoportunas (várias vezes), já invadi espaço (é... sou expansivo
vez em sempre quando)! Mas, caramba... Quantas vezes você vai ter a
oportunidade (conveniência) batendo à sua porta?
Tenho e posso sim ser o um a mais! O mundo tá cheio de gente
querendo ser só mais um!
Tenho e posso nadar contra o fluxo!
Tenho e posso cruzar mais de 2000 quilômetros e viver!
Tenho e posso ir na sala do chefe e perguntar "podemos tomar um café qualquer
hora dessas?".
Tenho e posso criar as oportunidades inexistentes por conta de
uma conveniência e afinal de contas... Contemporâneos de Kant já provaram que
Máxima Moral não é referência pra diretriz de comportamento porque até ela pode
estar equivocada.
Tenho e posso ser o cara que aparece na hora do almoço (motivo: certeza que estará
em casa) sem ligar ou avisar por Whatsapp/Facebook/Sms porque gosto de ser
humano vez em quando (a surpresa da chegada é impagável).
Falando em Whatsapp... Tenho e posso, sim!, ser o cara que prefere fazer ligações telefônicas do que passar o dia inteiro olhando pra baixo, digitando.
Do mesmo modo eu tenho, posso e muitas vezes vou preferir o diálogo pessoalmente em detrimento dessa pseudo vida social das redes. Então, posso também deixar pra responder suas mensagens (a não ser que sejam urgentes) depois.
Falando em Whatsapp... Tenho e posso, sim!, ser o cara que prefere fazer ligações telefônicas do que passar o dia inteiro olhando pra baixo, digitando.
Do mesmo modo eu tenho, posso e muitas vezes vou preferir o diálogo pessoalmente em detrimento dessa pseudo vida social das redes. Então, posso também deixar pra responder suas mensagens (a não ser que sejam urgentes) depois.
Uma curiosidade: sabe o que é engraçado? Quando duas pessoas conversam, digo pessoalmente, se alguém chega e fala atravessadamente e se mete na conversa é considerada mal-educada e grosseira... Inconveniente. Mas se o celular tocar, vibrar, apitar, assobiar (assoviar, sei lá!) as pessoas param completamente o que fazem para dar atenção! Vai entender... [rsrs]Tenho e posso dizer sim ao pedaço de paçoca que você me oferece... Mesmo que tenhas feito por educação. Afinal, adoro paçoca.
Tenho e posso, sim!, ser o cara que responde "não gosto de gema
mole por isso não comi!" ou quando me pergunta se eu não gostei e ainda
enfatiza: "pode ser sincero!"
Tenho e posso sim que ser o cara que discute por algo que nem entendi bem e depois morro de rir de mim mesmo
Tenho e posso sim que ser o cara que vai falar no bus "ow...
quando sua mae for idosa quero ver gostar de ver um moleque fingindo dormir pra
não sair do lugar reservado a ela".
Tenho e posso ser único.
Tenho e posso que ser eu mesmo.
Tenho porque é uma condição que me permito ter.
Posso porque sou capaz de conseguir. Independendo de
certas convenções.
Porque quebrar algumas regrinhas tolas só causam leve
desconforto.
Mas viver fazendo o que todo mundo quer que você faça sem fazer
nada, nadinha!, por você... É uma tortura agonizante.
Então, me desculpa aí (ou não)... Mas, na moral? Prefiro o prefixo
"in" na frente do "conveniente" do que o tempo inteiro na frente do
"feliz".
Parcimônia, bom senso e decência... Sei. Bem... Algumas coisas sem moderação não seriam as mesmas se fossem "convenientes" |
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