sexta-feira, 3 de junho de 2016

Crônicas do Frio III (03) - O Cadáver

"De olhos bem fechados"



Abre os olhos 
em desprazer

O nada consome 
Não há ódio
Não há amor
Não há alegria
Não há dor
Recolhe os espólios de respirar
de viver

É casca ambulante
Nada ao ódio e nada
Nada ao amor e nada
À alegria nada e nada
À dor nada e nada

A corda do viver o estrangula
À caça da noturna pela inspirada dormência

O cadáver ébrio de vida
Anseia a morte do sono
Nos sonhos que embriagam a essência

Por isso aos beijos
Por isso aos cheiros
Por isso aos abraços
Por isso aos goles
Por isso aos gozos

Fecha os olhos 
com prazer

#PHPoemadayJune

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