sábado, 8 de agosto de 2015

Era Um Garoto (IV) - Filosofando (Des)controle


O Controle vs Descontrole

(DES)CONtrole...

Pensar na questão me faz ter dores de cabeça. Controlar é algo difícil. É sim! Fazemos planos e acertamos as metas. Tudo ôuquêi. Desvencilhamo-nos de vícios, daquilo que nos prende, fazemos sacrifícios; vamos nos fechando para o prazer do sentir – ora! O sentir é o aqui e agora –. E tomamos estas decisões pensando no futuro. Seja ele certo, seja ele obscuro. O que for. Afinal, é nesse ponto que o controle me dá as enxaquecas morais. Como queria meu senso crítico acredita-las assim como parecem; triviais. Não são.

Saiu da mão e puft, acabou a ilusão do controle. Aliás, mera ilusão, pois mesmo em posse ninguém pode garantir que é pleno o governo sobre. Geralmente este poder permanece sob. Li em algum lugar que é atraente o homem que mantem-se dono de suas emoções e não as deixam dominá-lo. Concordo que é ridículo alguém que transforma um versículo em um dramalhão mexicano. Discordo que homens e mulheres precisem negar os sentimentos e as sensações por parecer leviano. Ou talvez, neste momento, eu cometa um ledo engano por simplesmente não ter entendido o propósito da vida plenamente.

Temer o desconhecido é natural ao ser humano
O medo do desconhecido talvez explique o pavor ao descontrole e a
aversão ao caos natural


Aí, provoca o pensamento: Como por na balança uma dicotomia de radical igual (antonimado por um prefixozinho sem-vergonha)? Como equilibrar e ponderar? Porque descontrole só é bem aceito, por exemplo, num relacionamento, quando a moeda de troca é também se descontrolar. Não há essa coisa de controle. Há a experiência de viver e entender que podemos amenizar os dessabores, mas tentar podar os riscos em qualquer prova limita também os sabores. É recolher a língua ao provar algo quente temendo, no calor, as dores. Só que pode ser algo delicioso, único e inexplicável. Inexperimentável a não ser por esse sentido.

Quando nada se encaixa do jeito que queriamos... Piramos.
Nós (pessoas) e nossa mania em querer que tudo se encaixe

Pois é... É vivendo, mesmo. Não andando a esmo ou nos ermos. Penso nesse ponto quando o [crtl]+ algo vem à minha mão. Mas, espero pelas consequências insaciáveis da vida – afinal, alguém pode desistir de sugar dela, mas ela nunca desiste de consumir quem se movimenta   (ou mesmo quem apenas espera).


Caos é o que não podemos controlar





[Abre àspas]

Quando pensei e comecei a existir (filosoficamente), acreditava que meu objetivo era mudar o mundo. Sei que era ingênuo, mas me via como herói de mim e de todos. Tolo, mas minha mente trabalhava sem fim, à procura de uma forma para produzir, antes do meu fim – feliz certeza do começo – algo que eternizasse minha existência.







Sendo nerd de meia pataca (ou tigela); analisei que as atitudes causavam consequências das mais parcas às mais danosas. 
E parei. Estava já sem vários pedaços e em processo de cicatrização, pois alguns músculos (como o coração) demoram em religar fibras e laços rompidos. Dei razão a ele. 
O caos do Descontrole. Total. Negação é um mal (ou bem) que margeia o coração do homem. Quando me refiro ao último presente da caixa (de Pandora), falo dele. Disfarçando o nome, atende por Esperança. E a Esperança verdeia por aí sendo injustiçada pelos vivos que apenas... Esperam.








Não demorou e percebi a minha inocência; anos de Marvel, DC, Animes, Mangás e Role Playings Games fizeram-me acreditar que eu poderia ser mais que uma presença. Entretanto, 
percebi que eu era uma partícula de nada no meio do tudo. Assumi a integridade do viver no aqui e agora. Naquilo que não demora. Não esperar o Sob Medida e sorrir ao Status Quo – debochando, é claro –, preparando ação para o improviso. Emoção na hora da hora. Esqueci a trava do lobo frontal. Gêmeos com ascendente em Sagitário: só um pouquinho impulsivo.













Eu não espero; meu fraco ao ponto. Eu ainda vou. Eu sigo. Ponderando pandorismos. Hoje digo mais nãos, mas ainda me pego agindo, agindo, agindo.
A porta, quando abre, revela o escarlate em processo de reconstrução. Caprichando nas cicatrizes para ficarem no estilo “não assisto mais televisão”, mas me flagro às vezes, aos domingos, com o Silvio na tela falando sandices – e rio –. Rio. É o que quero. 
Percebo muito sobre o controle e seu gêmeo do mal no prefixo que mantenho e que as pessoas não consideram algo muito normal.

[Fecha àspas]

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