quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Viajante Cansado - (55th's Sessions)

"Flutuando" no Limbo Intelectual
Cansaço


É meio complicado quando entramos no Limbo Intelectual. O problema é um só: esse plano de existência é denso e deboísta demais. É um vazio em slow motion. A vontade é envolta numa consistência idêntica à água do mar naquela ressaca das primeiras horas da manhã – puxando de mansinho para o fundo –. 
Dá vontade de ficar? Dá. Lógico. Deixar-se boiar nessa correnteza e não ver, não ouvir, não sentir, não estar, não ser, não pensar (Bem... Quase nada, visto que é impossível parar de pensar). Esperança de que todo o fluxo saia e se renove antes de retornar. Esvaziando o corpo de toda aquela coisa que parece travar as engrenagens. Embeber-se até a alma dessa densidade pacífica.

Ou simplesmente desaparecer.

Parece bom negócio.

Porém, tem uma coisa impossível de acontecer: parar de pensar. E o pior em estar no Limbo é ser acompanhado por toda uma casta de pensamentos super desconexos. Caos é bom, como força natural. Para determinadas ações humanas, precisamos reordenar o pensamento. É. Difícil pacas. Principalmente no Limbo Intelectual. Ô, lugarzinho, viu! Abraça qualquer motivação com a doçura de uma preguiça tão pesada quanto o mundo e, lógico, abandona todo o peso em cima.


Mergulhado na densidade do Nada com o Caos no controle é problemático

Vários caminhos levam ao lado de fora desse ambiente pacifico-infernal. E todos começam com a nossa força de vontade. Trilhar o caminho para ascender ao posto de mente producente consiste em jogar todas as peças do Leggo numa mesa e criar, com foco. Seja uma torre, uma vila, uma cidade, um castelo, uma fortaleza, uma cena épica retratando dois exércitos lutando arduamente enquanto um dragão lambe o chão e explode vários corpos com seu hálito de fogo... Tudo é possível.

Redescobrir uma musa dá medo. É aquele receio de abrir uma porta para o lado de fora e se... Acabar se machucando. Mas, tem um detalhe: não dá para viver numa bolha. Muito menos afogar a mente no limbo e tornar-se irreversivelmente um boneco (com espuma no recheio ao invés de vísceras). Não dá se o que se pretende é chegar naquele lugar. Sabe aquele lugarzinho, particular de cada um, que faz o olhos brilharem só de pensar em estar lá? Então... Esse.

Embalado por Euterpe, Clio ou Caliope à procura da inspiração perfeita

Tem que sentir dor se tiver que sentir. E é com medo mesmo que devemos seguir em frente.

Redescobrir uma musa é despertador.

Aproveitar essa inspiração é imprescindível.




by J, 55th Traveler

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Exatamente! O medo estimula todos os sentidos. Tem que seguir em frente e com medo, mesmo.

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