É impossível satisfazer as pessoas - a não ser que elas queiram ser satisfeitas
Em novembro de 2013, li Kafka e inferi o quanto hipervalorizamos a opinião de terceiros - tornamos o simples complexo demais para satisfazermos uma necessidade nossa de sermos únicos e sublimes aos olhos alheios
Nosso ceticismo quanto aos bons predicados que nos imputam nos tornam escravos do Status Quo eterno. Sem pensarmos num conceito transformador da forma natural como a vida deveria ser. Em eterno movimento.
Percebi ao ir à loja Imaginarium próximo ao dia 15 do penúltimo mês do ano passado (para comprar um presente de aniversário de namoro) que dizer: "passo sempre aqui e olho pra ver se tem algo que me arrebata." intimidava qualquer vendedor. Soube que sim desde a primeira vez que utilizei este método, mas não entendia o porquê. Então li "Primeira Dor", "Um Artista da Fome" e "Josefine - A Cantora (ou O Povo dos Ratos)" e entendi:
Não é possível satisfazer as pessoas. É impossível... A não ser que elas queiram ser satisfeitas.
Já disse uma vez que nós tornamos tudo difícil demais.
Fazemos isso, penso, por aquela eterna necessidade que o Caos permeie nosso destino. Detestamos, em especial, as gerações que "controlam" o mundo hoje utilizando o óbvio ululante e o previsível.
Algo em nossa natureza luta constantemente contra o "Status Quo" e procura algo desafiador sempre.
Para a minha mãe, por exemplo, a casa nunca estará 100% reformada à maneira que ela gostaria que estivesse. Isso me lembra o conto de Sísifo (que já usei como exemplo um zilhão de vezes).
Me enaltece o pensamento chegar às mesma conclusões que os precursores da filosofia. Mas, como sou humano, me incomoda não perceber que dessa dialética entre o que percebo empiricamente e o que obtenho por estudo não me leva à algo realmente novo. Me faz olhar para os gregos e ver que eles já enxergavam meu comportamento hoje.
Quero algo meu. Algo novo. E não é que acabei de virar uma personagem de um conto kafkaniano...?
Será que isso é o "lutar para que os outros percebam minha excelência"? Não.
Percebo que, o predicado "benéfico" alheio à minha pessoa não é o suficiente! Tem que coincidir com os adjetivos que pretendo alcançar.
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