Parece QUE...
Pequena Introdução
Quanto mais tenta fugir do
assunto, mais ele volta pra você. É incrível! Mas, tipo, de uma forma
pejorativa que não condiz com a minha realidade. “Não sou mais um na multidão,
sou o um a mais!”. Frase que eu já
utilizei pra mostrar que sou um cara diferente e é nesse ponto que eu me sinto um
alienígena total.
Vamos ao Lead:
Esta semana, durante o expediente
de trabalho, houve um interrogatório baseado no meu sotaque pernambucarioca (que eu acredito não
existir). Várias questões foram levantas sobre minhas impressões sobre São
Paulo: comida, costumes, cultura. Ao perceber que eu não carrego mais a aliança
de compromisso, a gerente (no auge do nada
a ver com nada) me indaga sobre o que acho das meninas de Sampa. Minha pronta-resposta foi que até ontem eu namorava e não olhava para os lados. Então,
não tinha critérios para julgar. Um colega ao ouvir insistiu: “agora que você não namora, o que você acha?”.
Nem pondero a réplica: “De verdade? Não é
prioridade pra mim. Meu foco é em algo relevante no momento. Nem
olho, cara.”.
Sabem o que aconteceu? Todos
riram! Mas riram copiosamente. Lógico que me deixou impressionado, mas não era
pra deixar. Quantas vezes a atitude da maioria é... Escarnecer com quem não
obedece a uma predeterminação social.
Será mesmo, que eu tenho que sair
pegando geral pra mostrar pra
sociedade que eu tou bem?
Eu tenho uma definição sobre
homens simples e homens simplórios (leia-se tolos, medíocres) que
se encaixa bem em tudo isso.
Talvez eu dê graças a minha mãe,
que me ensinou desde criança a perceber e respeitar as mulheres como elas
merecem, que nunca – na minha vida inteira – quis trata-las como coisas, procurar amigos para dividir a
minha experiência sexual com fulana ou beltrana ou coleciona-las como troféus
(e me deixa dizer, na real?, isso não me desce! Não consigo sentar numa roda de
homens e falar que a menina tal é uma cachorrona, que a outra ali dá pra todo
mundo, que aquela lá tem cara de vagabunda). Puta mania machista de tratar
mulher como apenas um pedaço de carne.
Quantos carinhas por aí andam
postando vídeos de seus esquemas e compartilhando pra provarem a sua
hombridade? Sabe o pior? Esse tipo de atitude simplória é incentivado por muitas mulheres.
Um cara se nega em ficar com uma mina numa balada. Do que ele é taxado? De gay,
fraco, medroso e outros adjetivos da mesma estirpe. Mas, o mais impressionante:
não é só pelos homens... Pelas meninas que o veem com olhos machistas da sociedade
que rege, pelo preconceito de tudo, pessoas simplórias - o tipo de gente que
não se provoca a um pensamento sobre si em uma escala maior que a preestabelecida por um nivelamento por baixo.
Eu pensando eu ficar longe da
mediocridade e o todo me olhando como a um extraterrestre.
Não. Eu não preciso ficar com
ninguém. Não quero porque não é isso que me fará sentir bem. Lembro que alguém disse/escreveu em algum lugar
“sai pra night; apenas um amor cura outro amor” e eu rio de frases feitas desse porte.
Sair à
caça e tentar ocupar um espaço insubstituível, única e exclusivamente porque é
um pensamento da maioria não condiz com o que te fará bem.
“Arregaçar as portas e tocar o
foda-se” é um desrespeito com ninguém além de... Você mesmo!
Não precisa
mostrar ao mundo o quanto você está bem e está pronto pra “botá pra fudê, mano!”.
Não, não é uma crítica
ressentida. Não quero evocar uma sociedade abstêmia, nem fazer um movimento em
prol da castidade. Acredito apenas que as coisas devem vir de dentro. É isso,
sabe? Respeitar a você, atender a você e fazer o que você quer – de verdade –
fazer (a repetição do "você" é proposital).
Você, no seu tempo, com a sua
vontade e sem influências alheias (principalmente de um fator externo que
deveria ser tão insignificante quanto a opinião de quem não vive sua vida – ou pior:
de quem acha que poderia vivê-la melhor do que você).
Acredito que tenha que vir de
dentro. De você, por você e pra você. Quando seu coração disser “Beleza! Vai lá!” ou realmente quando tiver
pronto(a) pra curtir. Com ou sem arrependimentos – não importa –, mas que parta
única e exclusivamente de você. Saca?
Não. Não é egoísmo, individualismo (ou qualquer "ismo" que possa surgir numa dúvida em relação ao assunto), nada disso. É valorizar quem és.
Não prego que nós devemos ter um rei na barriga. E este texto nada tem a ver com comportamento dentro de um relacionamento - onde as pessoas devem enxergar seus pares como no texto "Olhe para Ela!" do Ivan Martins (lê que vale a pena).
Fico puto da vida incomodado
quando “amigos” acham que tem a
obrigação de arrastar a pessoa pra um lugar qualquer e fazê-la curtir a vida, mesmo que faça isso apulso
– porque não dá pra contrariar a opinião da maioria de que você tá mal e precisa fazer a mesma merda que
todos fazem pra ficar bem.
Bem... Indignação à parte, as
pessoas devem viver à maneira que bem entenderem – eu sei. Mas é no “que bem
entenderem” que eu reforço meu foco.
Que tudo aconteça a partir de você. Seja
agente no mundo, o protagonista de sua história. Não seja uma peça da máquina que
tenta definir quem você deve ser e o que deve fazer.
AMO os textos do Ivan Martins
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