domingo, 6 de dezembro de 2015

Pausas (IV) - Sobre ser como os porquês

Por que o porquê é tão porque de si?

Vivo me perguntando o por quê?



Poderia, ele simplesmente, como outras palavras se manter e desdobrar-se para ser. 
Mas não o porquê. Por que seria diferente? 
Afinal, ele não quer ser igual aos outros. 
E seria, por quê?
Porque é um cara que se vê diferente.



Talvez isso faça o porquê ser confundido, ignorado e às vezes esquecido.
É a mania de generalizar tudo que ele tenta fugir.
No final das contas, faz com que ele seja, coitado, até rejeitado.
O por quê? É, também me pergunto. 

Me identifico nele.
Por que simplesmente não deixa de ser insuportável e aceita a imposição da incorporação?
Afinal, não deve ser tão difícil ser pq ou porque pra tudo.
Porque sei que pretende ser o melhor de si.
Reconhece a diferença do seu existir.

Já percebeu que ser por que, porque, por quê e porquê afasta as pessoas de você?
Quem lembra e quer algo tão trabalhoso e complexo perto de si?
Quem quer ir para a página dois?
Quem quer clicar num link?
Quem quer ler mais que um parágrafo?
E que diferença faz se um deles é substantivo e o outro verbo? (Tá bom, verbo é brincadeira!)
O que muda na vida saber que um só se usa no final da frase?

Ser porquê é triste, porque é tão imprescindível em situações de importância que duram poucas horas, mas no dia a dia é solitário, é um suplício.
É complicado ser quaisquer porquês.
É por isso, mesmo, que não deve deixar de ser.

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Olá! Ah, obrigado! Mas nem tão bom assim, sabe? Vamos nos aprimorando até encontrarmos o nosso porquê.

      Excluir