quinta-feira, 9 de junho de 2016

Crônicas do Frio III (08) - O Licor | (09) - A Cigana

Estiano & Caetano




Dança girando como uma cigana numa redoma. Ou como um dervixe na Dança dos Cosmos. Desaguamos; não me doma. 

A mão de Deus é minha e o universo segue no sentido horário; as horas não param, não passam. É o contrário, do contrário, do contrário; Espirais de Estiano. É o avesso, do avesso, do avesso; Sampa de Caetano

Dá, sim, para imaginar o mar vermelho. Dar-se para a imagem no mesmo espelho: liquefeito. Li que é feito de dois a felicidade de um. Resta a unidade ser de união ao invés de eliminação. Ele mina a alma, o desalento, fazendo o corpo ser um em nada. 

Nadar na correnteza Gaspare Campari com os olhos, para a boca correr aos lábios da sina. E afastar o vazio de dentro, rechear de prazer e derreter, no colo da amada amante. A li cortando meu ser. Engulo o licor para outra vez transcender.



#PHPoemaDayJune

terça-feira, 7 de junho de 2016

Crônicas do Frio III (07) - A Maquiagem

Caricatura



Tanto esforço para encontrar algo que sustentasse uma nobre caricatura
de si

Vi eram
o tempo, as dores, o vento, amores, lamentos, sabores, 
exemplos e flores, tormentos e cores, momentos autores
Vieram

Quanto esboço no maquiar da realidade, veio a vida e a fez apenas criatura
per se


#PHpomeaDayJune

segunda-feira, 6 de junho de 2016

Crônicas do Frio III (06) - A Mentira

Que Mera


Morrer
Quero morrer
Não quero morrer
Que não quero morrer
Pensei que não quero morrer
Quando pensei que não quero morrer


Menti

Quando pensei que não quero viver
Pensei que não quero viver
Que não quero viver
Não quero viver
Quero viver
Viver


#PHPoemaDayJune

domingo, 5 de junho de 2016

Crônicas do Frio III (05) - Os Pecados

A Quebra da Quarta Parede

(A Revolta do Pecado)

O Senhor Pecado – Original
Viajou no tempo
Deslizando ao passado – Cardinal
Perscrutou o anjo

Cabeça coçando
Queixo roçando
Olhar recriminando

E para aquele monte – Colossal
Voou sem alento
Divagando a sorte – Abismal
Fulminou o ex-arcanjo

Hey, leitor!
Acompanhe comigo
Deus tudo criou
Mas sem defesa
Há pena; é pena
Filho do filho não sou
Que culpem a culpa
Pois as transgressões
Não é o transgressor
Aconselho o inimigo
Já que o porvir
Está todo f... Né?


Futuro revelado
Conselho mecenas
Esgar revoltado
Depois que é dito:


– Lúci, seje menas!



#PHpoemadayJune

sábado, 4 de junho de 2016

Crônicas do Frio III (04) - A Cicatriz

Alto Relevo


Quero você em mim profunda
mente

Para quando tempo
dores e des
sabores

Te arracarem de mim
A cicatriz em re
levo

Me guarde de esquecer
Cada mal benevo
lente

Que te amar fez
pela minha vi
vência


#PHPoemadayJune

sexta-feira, 3 de junho de 2016

Crônicas do Frio III (03) - O Cadáver

"De olhos bem fechados"



Abre os olhos 
em desprazer

O nada consome 
Não há ódio
Não há amor
Não há alegria
Não há dor
Recolhe os espólios de respirar
de viver

É casca ambulante
Nada ao ódio e nada
Nada ao amor e nada
À alegria nada e nada
À dor nada e nada

A corda do viver o estrangula
À caça da noturna pela inspirada dormência

O cadáver ébrio de vida
Anseia a morte do sono
Nos sonhos que embriagam a essência

Por isso aos beijos
Por isso aos cheiros
Por isso aos abraços
Por isso aos goles
Por isso aos gozos

Fecha os olhos 
com prazer

#PHPoemadayJune

quinta-feira, 2 de junho de 2016

Crônicas do Frio III (02) - A Lâmina

A Primeira Vez


Penetrou-lhe a garganta. Por dentro. Mão na base; cabo. Pôs adentro aos poucos, lágrimas brotaram a cada centímetro engolido.

A respiração quase um fardo. A língua teimosa resvalava na dureza sinuosa. E o resto do corpo respondia. As narinas ardiam temerosas e a úvula à míngua. Queixo levantado e suplica desejosa, sustentando o beijo mordaz de uma boca audaciosa.

Olhos não mais no objeto; no teto, lacrimejavam a luxúria implacável do público que assistia e - boquiaberto - inconfessavelmente, pedia: "que jorre o liquido sagrado e nos satisfaça plenamente".

Totalmente tragada pela bainha, finalmente. De fora apenas o talo e as mãos em regalo, braços abertos, formavam a cruz. Da platéia os aplausos e euforia expelida. Puxa de si a lâmina que ameaçou sua vida. Se curva o faquir regozijado e no sorriso o alívio; à sua arte fez jus.



#PHPoemadayJune

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Crônicas do Frio III (01) - O Crush

O Crush (Fixo?)


No final
quisera o crush e...

Ficou na pele as
estacas daquele rush...


Citado na cerne
Do sarau

#PHPOEMADAYJUNE