Ela sobe o lance de escadas.
Convicta do que entende e não aceita.
Ele, da porta, a acompanha com o olhar a se afastar.
Convicto do que não entende, mas aceita.
Violão na mão, certa do que não quer.
Coração não mão, certo do que quer.
Ela para.
Ele não respira.
Ela gira levemente o ombro direito pra trás, a cabeça acompanha o movimento ate conseguir fitá-lo. Os cabelos lambem o ombro (que pára no caminho) e escorrem pela testa deixando a mostra apenas seu grande e belo olho castanho.
Ele observa cada gesto que ela faz, seus músculos tensos não permitem ao ar entrar. A ressaca daquele olhar ameaçava traga-lo. O sangue em desespero fervia o corpo inteiro a procura do ar que não vinha, mas resiste sóbrio aquela magia.
Com duvida do futuro ela pensa "E se...", abre o portão e se vai.
Com certeza do pretérito ele sabia... Que depois daquele olhar tudo à frente a entristeceria.
#PHpoemaday
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