segunda-feira, 29 de junho de 2015

Era Um Garoto (III) - Polêmica do Arco-Íris

A Polêmica do Arco-Íris e a Jihad Brasileira

Há 15 anos. Região Metropolitana do Recife. Um homossexual travestido de mulher margeia a Avenida A de um bairro afastado do Centro, caminhando com seus amigos – igualmente customizados. O bairro pára. Uma uivação é iniciada. Gritos escarnecedores reverberam pela comunidade inteira e duram todo o desfile daquelas pessoas diferentes. Sei disso. Porque no meio da multidão que urrava bestialmente, estava eu.

Cerca de cinco anos mais tarde, um pouco mais tolerante eu expressava minha total compreensão e apoio: “Cara... Conheço gays, respeito e tals. Mas eles no lado deles e no meu lado”. Oh! Lord... Comentava com amigos sobre como poderiam deixar de gostar de mulher e filosofávamos sobre a procedência da homossexualidade no mundo – de forma jocosa, claro.  Esse comportamento desprovido de inteligência se estendeu por mais cinco anos.

Hoje fico impressionado. Lógico que eu era um adolescente imbeciloide e fui um jovem preconceituoso (embaraçosamente por muito tempo, por mais que eu acreditasse que não), mas já era orientado pela minha digníssima mãe desde criança sobre a diversidade no mundo. Percebo que tomava atitudes para ser aceito socialmente – já que eu me achava estranho e deslocado (ou seja: adolescente). Participar daquela humilhação pública era uma graça gratuita quase obrigatória aos “normais”. E todo jovem cristão de boa família tinha que malhar o Judas sempre que possível.


Mas daí vem a pergunta: que Judas? Quem me deu poderes para definir a danação de alguém? Vamo pra bíblia, então? Vamo! [êêê! \o/] E nem se preocupem que não virei com capitulismos & versiculismos, poderia, mas não o farei. Vou no popular, mesmo! Que é o bão! “Não julgueis para não serdes julgados.” Todo mundo conhece. “Primeiro a lei do homem depois a lei de Deus.” Também, todos conhecem. “Aquele que nunca pecou que atire a primeira pedra.” Eita! Everybody dance, now! (e Pelamor, não vem dizer que “não faço” isso ou “não faço aquilo”, Aiaiai! Que a mesma bíblia diz que não existe pequeno ou grande pecado. Pecado é pecado e ponto. Tudo leva pro Inferno! Pronto, acabou!). 

Sabe, Jesus? Então... O cara (que é O cara, mesmo!) levou uma tapa na cara do bandidão Barrabás e ofereceu a outra face. O cara foi crucificado pelo seu próprio povo e pediu a Deus que os perdoasse. O cara fez uma nova aliança substituindo o velho pelo novo e falou ao mundo que o mandamento MAIS IMPORTANTE era AMAR AO PRÓXIMO como a si mesmo!

Aaaah! Não! Não quero citações do velho testamento que, por elas, Deus já teria atravessado você com um raio. Ah, desculpem... É outro que faz isso, né? [rs] Falha minha! Lá no velho testamento um cara foi morto porque se masturbou (É, meu nêgo... E você pensando aí que o livro Cantares do Rei Salomão te salvaria?), mas fingir que a esposa é irmã pra tomar por extorsão o que os reis no caminho possuíam (e evitar ser morto), ah! Isso Abraão pôde fazer, né? Dizem que de todos os pecados a mentira é o que relaciona diretamente ao, olhem só, diabito (O P’ái da Mentira!). Agora me diz... Quem decide? Quem deve julgar? Você? Eu? Invenção minha? Não, não... Tá tudo lá! É só LER! E não pedir para alguém inspirado por Deus vir te mostrar o certo e o errado. Leia como um livro de contos. Um livro de História. E tire suas conclusões. Se eu li? Mais de uma vez, até. Nem vou dizer quantas (porque não é interessante). Entretanto, percebeu que eu escrevo Deus com dê maiúsculo? Acredito em Deus, minha gente! Olha só que coisa estranha.


O que eu acho difícil de acreditar é como, hoje em dia, um ser humano pode chegar aos píncaros e até causar morte social a outro só porque o segundo não segue o mesmo padrão que o primeiro. Pior ainda: agredir fisicamente e chegar até ao homicídio por uma fobia IDIOTA. Nada justifica a violência extrema (nem violência alguma) por preconceito idiotizado. Coisa nenhuma explica um líder religioso incitar o “povo de Deus” para ir à guerra contra outros seres humanos só porque “vivem em pecado”. E lembrem que a nação de Israel, povo escolhido pelo Senhor, encheu o saco Dele tantas vezes no deserto que por pouco todo mundo foi dizimado! Aaah-haha se Moisés não pedisse várias vezes para Deus ter paciência... Ah! Você não sabia? Poxa... Pede pra um pastor/padre mostrar pra você. Erh...Péra! Faz isso, não. Lê lá. Na moral, é melhor... Aí, depois conversa sobre o que não entendeu num diálogo sobre o assunto. É mais instrutivo do que chamar alguém pra te dogmatizar, apenas.

Só finalizando essa mistura fina: eu acredito em Deus. Converso com Ele todos os dias. Achei exagero muita coisa que vi na Parada Gay que rolou agora em São Paulo. Da mesma forma que considero exagero muito do que vi nas Manifestações de 2013 (Passe Livre ou “20 Centavos”). Mas, na época (Junho de 2013) fui à rua protestar por um Brasil melhor, também – achei demais todos aqueles jovens chamando o povo pra lutar pelo país; milhões fazendo vibrar a pátria inteira com o Hino Nacional e eu no meio... Cheguei a pensar realmente que o gigante havia acordado definitivamente. –. Voltando ao foco: vejo excessos e eles existem em qualquer lugar, mas quanto ao evento acontecido em Sampa (Junho 2015) que “chocou” a comunidade cristã brasileira (e toda a balburdia que algumas “afrontas” causaram) estive pensando: “Se Deus, onisciente, onipotente e onipresente, é tão frágil a ponto de querer que um nadinha de um homem defenda a Sua honra... Por causa de uma provocação – ou várias... Então ele é mais imbecil do que eu fui quando era adolescente.”. É. Você não leu errado. Mas viu que tem um “se” ali de “condição”, também, não viu?

Eu creio num ser superior. Porque eu iria ter Fé num cara que fica com raivinha de provocação, então? Aí me vem em Rede Social, Rádio, Tevê chamar o povo para defender a honra de Cristo? Ah! Tenha dó!

Bem acho que estas atitudes, sim, diminuem a confiança, credibilidade e respeito por Deus. E nem vou falar aqui de Lutero, Agostinho, Igrejas em específico, religiões em específico. Só sei que fiquei extremamente revoltado com a atitude de "capitães e soldados" de Cristo – nem o próprio Jesus deu exemplo, em momento algum, pra tomar atitudes como estas. 

Tá precisando de inspiração pra resistir e não consegue contar até 10? Ouve quem prega o amor! Esse sim tá certo! Procura o Pe. Fábio de Melo, vai ouvir Anjos de Resgate, compra o DVD de Rosa de Saron e purifica a alma... Melhor.

É uma questão de REEDUCAÇÃO. É isso! Lógico que sim. Sou exemplo disso. Eu aprendi LENDO e VIVENDO, procurando me APROFUNDAR e não esperando alguém ME FALAR A “VERDADE VERDADE é que TODOS somos seres HUMANOS e NINGUÉM é mais ou menos digno que NINGUÉM só por ser DIFERENTE – aliás, não há UM HOMEM igual a OUTRO HOMEM no MUNDO (nem mesmo gêmeos são iguais).

Na real? Você que é religioso e está cheio de preconceitos e já condenando todo mundo ao Inferno por não ir à sua igreja ou não adorar a Deus do jeito que você acha certo... Você que não tem compaixão, conserva ira e nojo de “certas pessoas”, você que acha que é manso e humilde, mas se pudesse cuspiria na cara de quem considera “ímpio”, você que leu até aqui e está indignado pensando em como estou sendo desrespeitoso e mereço um castigo divino... “Ai que heresia, o nome de Deus dividindo o mesmo texto com palavras de baixo calão – e não ‘escalão’ –“. Você que está, agora, imaginando as formas como o capeta dominou minha alma e quanto da bíblia você vai ter que pesquisar pra me exorcizar... Você que acha que tem mais ou tanto poder quanto Deus pra julgar... Olha só... Você está PECANDO!

“Ide e pregai o evangelho” e não “ide e fazei lavagem cerebral”, nem “Ide e apedrejai o diferente” muito menos “Ide e vire um inquisidor fanático”. Sua parte é passar a mensagem. Só. Aquilo que está escrito. Lembre que a salvação é individual e se DEUS DEU O LIVRE ARBÍTRIO QUEM É VOCÊ (OU EU) PRA JULGAR ALGUÉM?

Deixa que Deus decida no final e faz a sua parte respeitando o outro no agora!

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